domingo, 28 de dezembro de 2008

Natal perfumado

Deveríamos chegar entre as 7:30 e as 8:00 certos de que seria só sentar e entre duas garfadas de “bacalhau com todos” lamentar estar cá em Lisboa.

Pois é meus meninos mas não foi assim. Quando entrámos em casa e ainda ofuscados com as luzes das luzes dos enfeites de Natal ficámos atónitos com uma realidade bem diferente. O jantar longe de estar pronto, a mesa por pôr e no ar um cheiro a naftalina de desentupir o nariz das pedras da calçada.

Abrimos e fechamos os olhos com força para eliminar a possibilidade de efeitos colaterais da inalação de tamanha concentração de naftalina. Como permaneceu tudo na mesma tivemos que redireccionar as ordens no cérebro e adaptarmo-nos rapidamente aquela nova realidade.
A azáfama começou e como o atraso era cada vez maior e tivemos todos que alinhar digamos que foi, para soar com a data, muito solidário.


O João assumiu o comando velado pois não podia assinar a realização… Não houve erros de casting, estavam lá todos os do costume. O problema foi mandar entrar o bacalhau, as batatas e as couves para as respectivas panelas ao mesmo tempo que se escolhiam as travessas para por as fatias douradas, os sonhos entre todos os outros. O vinho do Figue aberto com a devida antecedência teve mais que tempo para respirar e chegou mesmo a soltar um profundo suspiro quando chegou à mesa.

Não esteve tudo perfeito, por exemplo estávamos a acabar o dito bacalhau quando finalmente chegou à mesa o cesto do pão que em consequência não chegou a conhecer as entradas.

Seguiu-se, sem ter que esperar pela meia-noite o take final de abertura de prendas. Como ia boa a disposição toda a gente gostou do que recebeu e pronto deu-se por fim esta festa que trás sempre tantos dissabores porque reunir a família só nos filmes (e duvidosos…) é que é cor-de-rosa.

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