segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Palavras a menos....


As palavras a menos serão convenientes? Para esta questão existem duas respostas válidas (+ e -). A resposta positiva corresponde às situações em que não vale a pena dizer nada, quer porque não há mesmo nada para dizer, quer porque aquele que nos ouve possivelmente digere as nossas palavras de uma forma tão distinta da nossa que mais vale a pena poupa-las. Fica ainda excluída a hipótese de tentar transmiti-las através dos conhecidos textos gordos. Contudo, haverá situações em que as palavras a menos são geradoras de equívocos porque não existiram em quantidade suficiente para traduzir a ideia global a ser transmitida. Nesta última situação a resposta é claramente negativa e deve-se insistir…
Podemos acrescentar problema inicial – benefício do uso de uma quantidade “certa” de palavras, a variável tempo. Uma certa quantidade de palavras poderá ser ou não proveitosa, de acordo com o momento no tempo em que atinge o receptor (dimensão de oportunidade). Acrescentaríamos à quantidade adequada de palavras (determinada pelo coeficiente de garbo), um factor (multiplicativo???) de oportunidade que articularia ainda com a qualidade / sintonia do receptor. Objectivar a dependência do proveito de N palavras com o tempo, para determinar o sentido da oportunidade é bastante complicado porque teríamos ainda que atender ao factor pachorra (a nossa).
Sabemos à partida que não devemos gastar palavras com estranhos para além de cumprimentos de cortesia e observações sobre o tempo (refiro-me às condições atmosféricas). Mas claro, não é com este tipo de receptores que nos costumamos preocupar.
Na ausência de fórmula matemática para resolver questões de comunicação a decisão final fica emaranhada (como tantas outras coisas) no tempo, e entregue ao método empírico de tentativa e erro. Após a observação sistemática do impacto de vários conjuntos de palavras em receptores conhecidos (da família ou não), e sabendo de antemão que com o avançar do tempo a pachorra vai sendo pouca, resta-nos a eliminação pura e simples, de determinados receptores. Poderemos finalmente quantificar o número de receptores que vamos eliminando como prova de longevidade.

1 comentário:

a glória do vulgar disse...

relido ainda me parece melhor. adoro a letra e o espírito da tua escrita. sobretudo o espantoso efeito de distância consegudio pelo uso do discurso científico. grande abremarta.